sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Henê

Eu era pele e osso.
Era negro branco.
História viva, uma revolução.

Eu era o mundo todo.
Era pobre burro.
Fraco oprimido, subordinação.

Eu era religioso.
Era macumbeiro.
Um pai de terreiro, mística feição.

Eu era dinheiro vivo.
Era braço forte.
Lá o dia inteiro, uma alisada um corte.

Eu deixei de ser preto,
Virei moreninho.
Me pintaram de bege na segregação.

Eu já era grito.
Era desespero.
Livre aprisionado dentro de um camburão.
                                                                                                                             Fábio Pinheiro.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Fecha esse livro.


De quantas doses você precisa?
Vamos, me diga.
Serei seu salvador por um dia, 
Um herói, o esperado messias.

Roubaram-lhe a alma, menino.
Disseram para sorrir, sorriu.
Mataram-lhe por dentro.
E em duas décadas a sua alma dormiu.

Não sou dramático, não.
Lunático? Vomitando o vinho, 
A ceia, o pão.

É um de nós, transborde.
Entorna no ser ao verem que pode.
Não pode?! Estará liberto!
Rasgando as páginas do moralismo ao certo.
                                                                                                         
                                                                                                           Fábio Pinheiro. 

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Existo.

Mil pensamentos e nenhuma palavra.
Talvez sua garganta tenha morrido,
de fadiga aos dezesseis.

Fábio Pinheiro.       

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Plástico.

Há um mundo mágico lá fora, onde você pode ser o que quiser. Não há fadas ou duendes, na verdade nem concreto é. As pessoas  são livres,  se soltam,  são loucas, elas extravasam completamente... Bebem, bebem mesmo,porque amanhã é só mais um dia procedente de uma noite maravilhosa. Existem beijos tão quentes quanto ao inferno, gostosos, que nem Deus se atreveria a dar. As risadas são longínquas pois, nessas paredes, as almas da moral não ultrapassam. É um castelo de muitos reis e rainhas, arco-ires com moedas de vida.
                                                                                                                              Fábio Pinheiro.

terça-feira, 30 de julho de 2013

V de vão se foder.

Serei eterno quando minha loucura existir.
Livre, quando o último nome cair.

                                                                                             Fábio Pinheiro.

domingo, 21 de julho de 2013

De novo não.

 Tudo será diferente dessa vez... 
Eu prometo,
Prometo com sangue.
Escrito com faca.
Cortado em lasca.
Dançarei sim, em plena avenida.
Jurei dança-la na corte.
Na noite.
Sorrindo.
                                                                                        Fábio Pinheiro

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Eu também sou sonhador.

O fantasma do passado me visitou. 
Fazendo-me duvidar,
da própria felicidade.
                                                                             Fábio Pinheiro

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Não mate, tem a mim para amar.

Um beijo gelado,
Recebi em uma noite qualquer.
Não parecia ser mais minha,
A vida e todas as bobagens dos dias.

Olhei então para o céu.
Azul, ele era.
E sem uma nuvem se quer,
Despertei.

Era tarde de mais,
Ela havia ido,
Tão de pressa a morte amiga,
Se foi.

A vida não era mais sol, 
Agora chuva, que tremia o meu corpo.
Era o vento que sem fim, confundia-me.
Tão breve que antes de terminar, desapareceu.

Morte minha.
Volte para amar-me, serei seu.
Sem beijo rogado, uma noite inteira,
De quarto fechado.
Amando-a para sempre.

                                                                                                    Fábio Pinheiro

sábado, 29 de junho de 2013

Tudo o que é meu.


Roubaram-me uma vida e meia, 
Sufocaram cada sopro de felicidade,
Até mentir, mentiram em nome da verdade.

Não esqueceria,
Será minha, doce vingança fria.
Que gotejará no céu de prata.


                                            Fábio Pinheiro

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Paternal.

É lindo os lábios de tortura.
Os sorrisos plásticos, 
Da sua ditadura.

Escute, General.
Não sou mais seu, você me deixou.
Em más escolhas,
Me perdeu.

Chuto a sua ordem.
Não sou soldado, sou menino!
Um homem de verdade,
Construindo o próprio destino.

Não imponha.
Tenho imunidade ao poder.
Tristezas de uma criança,
Que sonhava em ser  você.

                                                                                           Fábio Pinheiro.

sábado, 22 de junho de 2013

Não sou o que você quer.

Ei, olhe, consigo sorrir.
Meu rosto é vermelho.
Minha alma é solta.
E se foram as fotografias antigas...

Pintando as paredes marcadas,
Nas lembranças de flechas lançadas.
Me despeço.

Você já é um homem, menino.
És cinza,
Sua alma é vento.
Possui olhar de vergonha.

Beija-me de forma imoral.
Rasgando a verdade dos dias de verão.
Sendo livre, pelo gosto de ser.


                                                                                                         Fábio Pinheiro.

Humano.

Ser perfeito é uma opção indisponível.



                                                                                                      Fábio  Pinheiro.              

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Nostalgia.

Quando eu era pequeno, o meu pai sussurrou no meu ouvido:
" -Você nasceu para vencer."

Anjo de papel.


É santo a todos os porquês.
Sedento ao beijo do pecado,
Perfumes do seu cheiro leiloado...

É anjo.
Olhos verdes, pintados a mão.
Corpo firme, bonito, charmoso... Um"pão".
Você comprou, ele vai se vender.
Chicotes, algemas, carícias... 
Sussurros e berros de prazer.

É jovem no sorriso,
Rosto pálido, a maçã do paraíso.
Na cama, a língua dos céus te fará delirar.
Só dê a ele, uma lancha e uma casa de frente pro mar.

É das ruas, seu corpo perambulante.
Não tem asas, uma voz quente, firme, excitante. 
Ele é sensual, no ato proibido.
Em Reais, os seus desejos concedidos.

                                                                                   Fábio Pinheiro.





quinta-feira, 30 de maio de 2013

Orange Juice.

É linda.
A Loucura.
Nos meus olhos castanhos...
                                                                           
                                                                                                       Fábio Pinheiro.

sábado, 25 de maio de 2013

Ternos, shows e emissoras.

A igreja retoma ao poder.
A burguesia se rende, o crucifixo se prende.
Na lei, sabedoria e no ser.

- De onde vim? Pergunta o servo.
- De Deus. Responde o Clero.
A ditadura do céu se faz.
E dela o inferno à terra o traz.

Sorrir já não se pode,
Só ouvir o gemido do padre que fode.
“- Laico.”

Traga seu dízimo, minha ovelhinha, não foge.
Só olhe a Bispa que prega ao som do pagode.
“- Sou Laico!”

As fogueiras foram remontadas.
Sem tortura, ou vassouras...
Conectados em todas as redes,
Com ternos, shows e emissoras.

“- repito-lhe, sou laico!”, exclama o Estado,
Alguns momentos antes
De ser completamente dominado.

                                                                                       Fábio Pinheiro.  

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Obrigado.

Me deparei com comentários antigos, hoje quando abri o blog, comentários que ainda não havia visualizado... E mesmo com os gráficos do site, mostrando seus acessos, nada mais gratificante que ler um elogio de uma pessoa desconhecida. - Chorei. Agradeço de verdade, todos os acessos, a cada linha lida, cada comentário. Fico feliz em dividir o meu mundo com vocês, e saber que ele existe na cabeça de outras pessoas, me faz simplesmente delirar... 

sábado, 11 de maio de 2013

Desistir? Sou pleno.

Ouço trombetas, há sinos lá fora... Espelhos, espelhos, aqui, agora. E as risadas não são mais de ti,são apenas ecos de cômodos vazios. Gelados, úmidos e frios... E lá vem ele, com o mundo nas mãos. E lá vem ela, com amarras, pedras e imitações.

                                                                                                                     Fábio Pinheiro.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Um instante, no segundo, do momento.

Alguém roubou um passado que não me pertencia.
Me devolveu.
Tirou as Angustias, deixou as felicidades.
As verdades...

Deitei sobre o gramado, de mãos dadas.
Um sorvete.
Com você.
Na paz de uma tarde tranquila.

Eu li nos livros, eu vi nos filmes...
Eu sonhei, que um belo rapaz manifestava-se.
Nas calmas ruas, nas perfeitas famílias unidas,
As guerras eram bonitas, com toda a minha sinceridade.
Todas as verdades...

Havia ar...
Eu era feliz, quem não era?!
Era livre.
Era centro.
Era eterno.

                                                                                                   Fábio Pinheiro.

quinta-feira, 14 de março de 2013

Só mais 12 anos.

O futuro chegou,
Sim,
Quando imaginava 
Que
Era longa a estrada.

                                                                                                          Fábio Pinheiro.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Sorvete de flocos.

No ápice de uma alma plena
Na noite clara de uma lua serena...
Nossos rostos refletiram-se em um único olhar...


                                                                                                                                  Fábio Pinheiro.

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Mil milhas até você.


Dói saber que talvez nunca seja meu,
Aquele sorriso que já conheço...
Muitos diriam que não mereço,
Mas desejo mergulhar em teu olhar.

Sou garoto do Rio, irado, maneiro,
E arredio.                                    
Você vem lá do interior, tranqueira, daí,
E senhô.           

Tão longe, que me perderia,
No breve instante de te achar.
Se não te achasse, morreria,
De solidão, de desespero e amar...

Ora... Então venha, eu vou,
Vamos, voltamos,
Revezamos?
De avião, carro ou metrô.
                                                                                                            Fábio Pinheiro.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Anaforicamente novo.

Qual é o gosto da glória?
Arrisquei-me em experimentar,
Agir, ao em vez de ver a vida passar.
Vomitei.

Difícil respirar os olhares alheios.
E sorrir, observado como se fosse feito de espelhos.
Na plenitude da plena alma.

Tudo o que as fotografias os fizeram chorar.
Um deles, todos eles...
Agora, de joelhos a implorar.

E não retomei mais a ser,
Revolvi-me de cacos de vidros,
E lacrei todos os meus mundos.
                                                                                                                       Fábio Pinheiro.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Ares.

Preciso de um pouco mais,
Não estou preenchido.
Preciso de um pouco mais,
Do seu olhar,
seus abraços...
E de seu " maduro sorriso".

                                                                                                    Fábio Pinheiro.





quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Cum!

Suas unhas, um tapa.
Um soco.
Um beijo.
Desejo. Você.
Para que?
 Gemer.

                                                              Fábio Pinehiro.