quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Habitual

Um homem de muitos amores.
Instigado entre olhares sinceros,
Pálidos sorrisos e
Múltiplos sabores.

Fábio Pinheiro

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

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Eu sempre soube o que queria,
estrategista sem a bondosa predestinação
Planejava os passos do jogo,
Definhava com Cronos a organizada maldição.

Mestiço de traço, rasgado de berço.
Antagônico a luz, eu era anjo.
Santo imaculado, leviano entre tiros,
Glorificado ao pecado, jovem pintado,
amado, perdido.

Fábio Pinheiro.

quinta-feira, 21 de julho de 2016

quinta-feira, 9 de junho de 2016

Julho


Na monotonia do não ser, foi.
Em caminhadas apertadas, 
Futuros em caixas embrulhadas,
Celofane, papel decorado, balas marfim.

Olhos de mar morto, 
Ele era salgado,
Sal árido, que rasgado, gotejava em mim.

Alvejado entre tiros 
Dava-se a beleza distorcida as armas da moral.
Cinderela sem abóbora, suburbana de cristal.
Era escravidão não consentida, negritude de pele polida.

De tantos meses, escolhi o teu. 
Dos céus de prata de liberdade mascarada.
Mal amores que de certo ou errado eu contava.

Fluides de vontades tão tóxicas quanto eu. 
Entre vísceras de um passado, presentes de festim colorido.
Porto flutuante,
somos os amantes de um homem dividido

Venho-lhe até aqui para dizer-te que sou teu.
Desejo que todo o meu veneno com teu sal,
que toda a minha loucura, não seja gole de uma cena final. 

Fábio Pinheiro.       

terça-feira, 19 de abril de 2016

segunda-feira, 4 de abril de 2016

FelizCidade.


Alegro-me por liberdade ainda ser;
a força, jeito, vitrine emoldurada,
vivo-morto, e cinco
maneiras de adoecer. 

De novas ideias pintadas com o corpo,
tela branca, colorida que pinto, choro e alegre
me desmonto.

Sempre fui sonho, hoje sou, não sou,
não sei.
Meus olhos já se fecharam, arregalados, 
para livremente morto, morrer.

Acorda cedo, estuda, mudo, muda, ligo
desligo, sou arte, peça, o infinito de um livro não lido.
Covarde da minha parte, talvez.

E não retiraria de mim tal utopia, já que de morto-vivo 
sou dança, sou exito, sou sexo, sou álcool, sou poesia. 
posso ainda vestir o que não vestia, mas se verdade tem,
dentro da aridez dos meus olhos há sertão aonde a chuva corria. 

Fábio Pinheiro.



sábado, 2 de janeiro de 2016

365

Meu querido diário,

Escrevo-te por desespero no calor árduo da lucidez. Estou eufórico por clichês espontâneos dos filmes não estereotipados que assisto. Deixo claro que não falo de arte moderna, falo de alma aberta com pedacinhos do bulcólico neoclássico. Poderia fazer de você fruto de muitas virtudes literárias, mas de que serviria um diário do século XXI? A fossa das lágrimas alegres de um menino. Sim, epopeias sem ideias de um navegante do novo século. Me imaginaria sorrindo. Fariam 23 graus. Eu vestiria as calças mais apertadas dos dois hemisférios. As botas de couro artesanal argentinas compradas na corrientes. Uma blusa listrada que compraria de segunda mão, óculos de bamboo -dizem que é a madeira do milênio -  Uma jaqueta, a jaqueta jeans que me dá super poderes e você no meu coração. Talvez assim, somente assim, eu poderia ter o mesmo sorriso do menino pálido do aeroporto. O sorriso mais bonito que já pude ver, amarelado como madeira, alinhados como peças pré moldadas antes da grande depressão de 1929. 21 anos que me fizeram entrar em crise. Ele era eu no futuro feliz de um jovem de 21 anos. 21 - vinte e um anos - eu tenho vinte e um. Talvez me falte um passaporte e coragem, muita coragem para me sentar no chão e ler o meu livro favorito.

Fábio Pinheiro.