sexta-feira, 13 de outubro de 2017

O gole final

Ele era o pior de mim.
O nosso amor se alimentava,
se sustentava, 
dos  meus sonhos, dos desejos.
Tudo que há de ruim. 

Então se revestiu de toda mentira. 
Ele era plástico, 
boneco de beleza matinal. 
Ainda errava os pronomes, 
constantes hinos da suburbana de cristal.

Diluído em homeopatias, 
carregava em palavras frias, 
insanidades em falsas verdades.
Ele era, não menos que uma farsa. 
Uma linda farsa, eu assumo, 
que um dia comprei em promoção.

Não posso lhe dizer que de tudo
errei sem pensar. 
Você foi uma passagem de turbulências,
despido e sozinho, sentei-me a viajar.

Recomponha-se, menino. 
As malas estão na porta, 
As malas vazias,
Lotadas de ventanias em compotas. 

Fábio Pinheiro