sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

"Dime...¿Qué hora es?"


Talvez eu só quisesse um pouco de fantasia. Beijar os fantasmas do passado, arder como santa em prol do próprio pecado. E assim fiz. Fui feliz como nunca fui em toda a minha curta vida. Eu disse que seria, e sim meus amigos, eu fui. "Russas e Russos dançam pelados" e eu também dancei. Despi-me de todas as dores porque não se pode errar no paraíso. E dentro de todas as mazelas dos dezesseis, nunca, em toda irrealidade, eu diria o quanto o inferno é bom. Me beijem. Diga em meus ouvidos o quanto estou errado em errar.Atirem pedras que me façam sorrir ao gritar. Concordar com as certezas. Blindar-me da fútil e cruel beleza para ofegante lhes dizer que estou cansado. Mas não é o momento de parar. Comprei confetes coloridos para colorir. Pintei muros com letras de forma e sim, não vou parar. Tenho um novo ciclo para concluir. Chegarão mais momentos que me façam sorrir.

Fábio Pinheiro. 


quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Eu tenho dualidade.


Não sei ao certo se um dia morrerei sorrindo ou tentando. Se as crônicas permanecerão estáticas, como se tudo dissesse para ter fim. Entre gritos e sussurros eu me torno inconstante, inconsciente. A respiração deixa de ser sobrevivência e passa a ser movimentação. Meu corpo da existência à alienação. Conglomerados de sentimentos e pensamentos que me tiram da óptica humana: “Prazer, meu nome é bicho”. Sou tão orgânico quanto o bife do meu prato. Sou tão eficiente quanta a melancia e seus caroços. E, sem cautela alguma, posso afirmar que sou gente. Com sentimentos, ou sem eles. Com pensamentos ou não. Sou humanamente animal, sou morte como todos. Sou ciclo porque sou todos eles, sou único. Diferencia-me porque não sou único. Me marque, me corte, me maltrate para que eu seja,  não seja. Desfigure-me para a plenitude. A homogeneização. 


Fábio Pinheiro.  

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Não seja santa.

        Talvez essa não seja a minha primeira vez. Mas foi. Tocava " Pumped up Kicks" e eu delirava. Eu amava, era realmente inocente a melodia entre sussurros.Você se lembra do meu nome? Me abraçaria dizendo que sou louco. Você me diria o quanto eu preciso de cigarros e vodka, sim eu sei. Talvez essa não seja a minha primeira vez. Mas foi. Não foi, nunca fumei. Quando eu te dominava, a sombra de nós dois era apenas uma. Nossa respiração era única. Fúnebre. Você sorria como em uma cena clichê de um filme qualquer. Tudo em mim explodia porque você sabia fazer. Porque a paz era a nossa guerra, se lembra?  E você me deixava vencer. Nossa dança, no ritual do mal. Não pense que eu sou um depravado. Talvez essa não seja a minha primeira vez. Não foi. Foi. Seu gosto era único. Sabor de muitos. Mas seu corpo era apenas meu. Em horas que pareciam dias. Em dias que pareciam meses. Em gritos que pareciam vontades. Vontades em forma de música. 

Fábio Pinheiro.    

terça-feira, 21 de outubro de 2014

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Meu amor, eu sou valente.

Desistir em tom de vitória, mudar de ideia acreditando no discurso da própria história . Quem saberia, se é ou não a verdade? Murchar como um balão em chamas, apodrecer como um cacho de bananas. E toda a luta, o beijo, a cena que me figura como puta? Era eu em palavra, em sombreado. Hoje é gesto. É alegria. Selvageria. Marcas que provam que eu presto. Querida, não morra. Você ainda se lembra? Era a nossa valsa. Em Nantes e Nova York. Você lutava contra o ditador e eu aplaudia, ria e dizia o quão era encantador. Você me falava do mundo que lhe pertencia. Riamos da corte, perdurávamos, juntos, todas as noites. Tudo era sonho, desejo. Levanta essa cabeça porque não se pode ter medo. Se o coelho diz: " É tarde, é tarde, é tarde", devemos ir ao chá. Se exclamam que não podemos, derrubamos todas as ditaduras, mas fazemos. E a morte se aproxima. Correndo contra o tempo, com boinas coloridas, a mesma essência de palavras ao vento. 
Fábio Pinheiro.   

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

O solitário teatro fantástico.


 De todos os sentimentos que já me rodearam. Não foi do amor que senti mais medo. Da própria raiva que tive do amor, ou da vingança que mantive em segredo. Acredito que, a soberba ignorância, a falta de verdade na sombra da vontade. Essas sim, já foram as minhas essências.
- Por quê?
Se um dia alguém me perguntasse, talvez morresse sem responder...
- Ser um reflexo.
 Uma resposta inconsciente, mastigada dentre os dentes, meu corpo daria sem permissão. A impotência de ser feliz, o medo de expor a cicatriz. A lágrima que ficou guardada no selado e ríspido passado. 
Foi então que tomei coragem, rompi os medos e sangrei como se a vida voltasse. Era um embrião que ganhava vidas, era um morto que contava todas as suas feridas.
" Mas se insistissem em me perguntar do por quê?"
Era repugnante pensar, dizer com todas as letras que não sabia. Só eram vontades que iam e vinham. E guiavam-no, guiavam-me. Porque todos eles eram eu. Todas as vontades, sentimentos, mentiras e verdades. Eram todos eu. E quando me perguntaram pela última vez do "por quê?". Olhei a todos de cima. Pois tudo já tinha começado. E nem a própria morte, feita a tom de pecado, responderia. 

Fábio Pinheiro.      

sábado, 23 de agosto de 2014

Novas cartas.


De todas as vezes, fui cruel.
E agora, não me resta escolha.
Me revesti de alfinetes.
Montei as estruturas.
Estourei todas as bolhas. 

                                                                                                                         Fábio Pinheiro.



domingo, 15 de junho de 2014

Voltei.

Guardo os  meus fantasmas dentro do coração.

Blood Boy



Deixando de escrever, lutando para sofrer.
A passos do fim. 
Regrado da morte de todo o passado.
Morrer como Romeu, um gole envenenado.

Palavras tão frias quanto a dor.
Caminho torturante, abismo sem horizonte.
Preciso de ódio, três doses por favor.

Colado ao espelho, rasgado por inteiro,
Me fizeram feliz.
Agora sem medo,
E rasgado pelo próprio espelho.
O último grito sou eu quem vos diz.

Fábio Pinheiro.      

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Só quero não querer.

Perfeição.
Sorriso imaculado.
Olhar penetrante.
Flores brancas em um lindo caixão.

Fábio Pinheiro.                  

segunda-feira, 28 de abril de 2014

terça-feira, 22 de abril de 2014

domingo, 23 de março de 2014

Sete caixas.


Sua boca me acalmava.
Sua mão me acalentava.
Enquanto o dia sorria.

Tudo era paz.
No sexo sagaz.
Em seu pleno momento de vadia.

Não existia forma.
Só os resquícios no vidro do carro.
Uma vodka aberta.
Dois tragos em seu fino cigarro.

O sol era um refletor.
Nossos corpos desnudos.
Câmeras assíduas em um
singelo filme amador.

Na cabine.
Me domine.
Me deixe sublime.
Tirando a minha vergonha,
meu pudor,com dor,
o meu amor.

Seu olhar no meu.
Suas mãos na minha.
Um tímido menino.
Sete caixas de camisinha.      
                                                                                                                               Fábio Pinheiro.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Hoje é quarta.



Beije-me.
Lamba o meu rosto
como um pirulito.
Acordando-me.
É segunda de um novo ciclo.

Me leve para a paz.
Hoje eu sou um menino.
Mas, e amanhã?
Estarei sorrindo?

Só feche os olhos comigo.
É a minha música.
Leve e precisa.
Saborosa.

Contigo ou sozinho.
Estarei lá novamente.
Talvez sem a essência.
Corroída.

Que louco seria.
Meus sapatos vermelhos, 
Agora são pretos.
Pretos de quinta.

Amor, hoje é sexta.
Dia de vencer.
Logo será domingo.
Sim eu sei, 
Logo estarei sorrindo.

Fábio Pinheiro.         

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Me sequestre das ideias perturbadoras.

 Devolva-me o nó na garganta, a dor depravada e aquela vontade desesperada de um dia comum.

                                              Fábio Pinheiro.