terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Cosmopolitan.


Hoje é o começo de uma nova história. Não existirá mais o talvez. Isso, isso mesmo, o agora é a minha vez. Não quero músicas de presentes arbitrários, quero verdades vermelhas, finalidades de passados imaginários. É meio obvio, não é verdade?! Eu mereço tudo o que eu quero, e eu quero você. Eu quero correr na minha avenida para vencer. Não existirá tristeza se a tragédia for teatral. Haverá um sorriso para cada esquina, um tiro no nosso passado de latrina. Você acredita em mim?! Vou usar minhas botas favoritas nos meus dias favoritos. Vou deixar a barba crescer enquanto digo-lhe o quanto seus olhos são bonitos. Embriagar-me de tudo o que importa. Reciclar a vida, compactar a mente em filmes que você ainda não conhece. Segunda te acordarei em francês; Terças de inglês, quartas de italiano, quintas de russo, sextas de alemão, sábados de espanhol porque no domingo não existirá dia. Você acredita em mim?! Não quero que haja dúvida. Construí um mapa biológico, que é feito principalmente por tempo. Fique para brincar na minha maquete suicida, vamos nos alimentar de concreto e fumaça. Trocamos de nome para realçar todo o espetáculo. Então venha, posso lhe mostrar que a transformação não é tão dolorosa assim. Não somos por ser. É uma vida, lembra? Um cisne negro cosmopolita.

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Estou pronto.

 
Lembro-me bem da última vez em que estive vivo. Ainda era de manhã quando o relógio apontava as dezesseis. Deturbado entre alegrias ilusórias, impulsionado entre falácias compulsórias, a respirei pela primeira vez. Meus questionamentos eram livros de capa dura.  A incoerência era formada entre goles fortes de incertezas. Anoitecia para que eu fosse fisgado. Eu era um refém que pedia para ser amordaçado. Incoerência, era beleza morta, refletida, invertida em euforia que ninguém se importa. Lembro-me bem da última vez em que estive vivo. Tarde de sol fraco, quase noite, céu alaranjado. Guiava-me pelas avenidas que nunca existiram, eu era um bispo sem cavalos, tabuleiro vazio em um jogo inacabado. Minha concentração estava nos seus olhos. Competia com o chá da mesa, dois goles como em um antigo ritual de defesa. E em todas as minhas quatro vidas, essa foi a mais bela. Talvez por ser a primeira, talvez por ser inocente quanto o feroz sexo da terceira. Não me lembro. Sim, lembro-me bem da última vez em que estive vivo. Meus passos eram sincronizados com o ambiente. Meus sentidos eram espasmos. Meu ritmo era uma festa que rasgava o peito sem permissão.  Revelo-me entusiasmado porque não existem momentos como esse, querido. Momentos de morte, sorte, desejos embrionários para voltar a estar vivo.  
 
Fábio Pinheiro.


quinta-feira, 11 de junho de 2015

Liberté


Libertarei-me nessa noite.
Pintar-me-ei  de tinta.
Mais dos vinte,
menos dos gélidos trinta.

Deformando-se no molde de papel.
Glorificado seja o desespero,
do tempo curto,
e as nuvens do céu.

Minha formalidade hoje é sem forma.
A arte depravada é um grito.
Se o arquétipo da vida é a morte.
Hoje sou, lástima, infinito.

Liberté! Gritai a todos os desesperados.
Me reescreva com amores de verdade.
Sou homem-menino.
A introdução, o sumário,
A capa bela com conteúdo genuíno.


Fábio Pinheiro.


domingo, 3 de maio de 2015

"Hola mi vida"


Hoje é o meu dia. 
É a hora de quem nunca sorriu.
A verdade de quem sempre mentiu. 
Um mar de novas perceptivas.

Fábio Pinheiro.



quinta-feira, 23 de abril de 2015

Naufrago.


Eu aprendi a não ter medo.
Olhar para os problemas como teorias e teoremas.
Querem que eu guarde um segredo.
Ainda existe um oceano no meu guarda-roupa.

Não tenho forma.
Eu sou alguém? Ah, sim.
Sou todas as vontades.
Guiado por elas, fugitivo.
Talvez eu não seja. Estou consumido.

Então remonto-me.
"Eu sou feliz."
Me desmonto, fatigado.
Rasgando cartas do princípio passado,
Gritando sobre os gritos do que fiz.

Sendo simplório quanto a sentimentos.
Ultrapassado entre conceitos de momentos.
Minha geografia é conquistar, geógrafo insano.
Rasgar todas as cartas para navegar?
Um pianista exilado do seu próprio piano.


Fábio Pinheiro

quinta-feira, 12 de março de 2015

Meu apelido é Loucura.



Quanto de liberdade existe nesse choro? 
Calado, colado entre dentes.
Arde como chuva, chove. 
Tritura gás na existência da mente.

Me remonte. Estou, enfim, aos cacos.
Rasgando a carne sobre os ossos.
Me refazendo ao sangue como arte.
Pintando-me de homem. Sou. Instante.
A metade de uma parte.

Roguei que o frio de ontem,
Fosse fogo como hoje foi.
Quero que incendeie tudo ao entardecer. 
Uma ordem para terminar o que começou.
Mostrar que a "parte da arte" é vestígio sofrido de clamor.

Ao abrir os olhos estáticos.
Era evidente que a lucidez havia escapado. 
Loucura. Uma corda com loucos laços.
Lúcido entre memórias de um jovem enforcado.  


                                                                                                                                 Fábio Pinheiro.

domingo, 1 de março de 2015

Pulei.


O suicídio é o grito mais sincero. 
Ele prova o pavor.
Reluz ódio ao amor.
Serpentinas nesse meu carnaval.  

A morte não precisa ser em vida. 
Amor, eu já morri a anos.
E você ainda não acredita?
Me siga, me ressuscita. 

Morri quando questionei as verdades.
Hoje vivo, em partes, pela utopia. 
Entre memórias e gritarias.
No verão, quase outono, 
Duas taças de uma fria sangria. 

Deixe-me partir, deixe-me sorrir.
É um grito sincero, acredita?
O azul do céu pode ser mais negro que isso.
Meus olhos mais  do que teatro.

Agora eu digo adeus. 
É o meu terceiro ou quarto pulo.
Entre ventanias e entusiasmos. 
Hoje eu vou morrer.

É difícil escolher um andar.
Se subo de escada ou elevador. 
Arremesso-me para a morte.
Uma nova vida, meu amor . 

                                                                                                                              Fábio Pinheiro.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Segura na minha mão.

Eu larguei tudo para viver os meus sonhos. Disse para a minha mãe que voltaria. Mas não voltei.
Eu disse que venceria e vencerei. 
                                                                                                                               Fábio Pinheiro

Vou me casar com a rua. 
Beija-la na cama, 
Sem ama-la
e nua. 
 Fábio Pinheiro.