quinta-feira, 12 de março de 2015

Meu apelido é Loucura.



Quanto de liberdade existe nesse choro? 
Calado, colado entre dentes.
Arde como chuva, chove. 
Tritura gás na existência da mente.

Me remonte. Estou, enfim, aos cacos.
Rasgando a carne sobre os ossos.
Me refazendo ao sangue como arte.
Pintando-me de homem. Sou. Instante.
A metade de uma parte.

Roguei que o frio de ontem,
Fosse fogo como hoje foi.
Quero que incendeie tudo ao entardecer. 
Uma ordem para terminar o que começou.
Mostrar que a "parte da arte" é vestígio sofrido de clamor.

Ao abrir os olhos estáticos.
Era evidente que a lucidez havia escapado. 
Loucura. Uma corda com loucos laços.
Lúcido entre memórias de um jovem enforcado.  


                                                                                                                                 Fábio Pinheiro.

domingo, 1 de março de 2015

Pulei.


O suicídio é o grito mais sincero. 
Ele prova o pavor.
Reluz ódio ao amor.
Serpentinas nesse meu carnaval.  

A morte não precisa ser em vida. 
Amor, eu já morri a anos.
E você ainda não acredita?
Me siga, me ressuscita. 

Morri quando questionei as verdades.
Hoje vivo, em partes, pela utopia. 
Entre memórias e gritarias.
No verão, quase outono, 
Duas taças de uma fria sangria. 

Deixe-me partir, deixe-me sorrir.
É um grito sincero, acredita?
O azul do céu pode ser mais negro que isso.
Meus olhos mais  do que teatro.

Agora eu digo adeus. 
É o meu terceiro ou quarto pulo.
Entre ventanias e entusiasmos. 
Hoje eu vou morrer.

É difícil escolher um andar.
Se subo de escada ou elevador. 
Arremesso-me para a morte.
Uma nova vida, meu amor . 

                                                                                                                              Fábio Pinheiro.