quarta-feira, 10 de março de 2021

Talvez ainda dê tempo


 De beijar todas as bocas que não beijei 

Amar para além do amor que já amei 

Ser o que eu sempre quis, acordar com a Alice em seu estranho país.

Me prometi menos dos trinta

Asseguro em métricas que desbotam em fresca e clara tinta

Viver como os espelhos que transei, dois dedos na boca, sal ou siciliano com Tanqueray.


É quase meia noite no meu coração

E quem saberia dizer se eu sou o mocinho ou o vilão?

A claridade já não bate em meus olhos as seis da manhã, eu quero ser lucido, entorpecidamente sã.

Então estarei pronto para começar

Ser tudo o que jamais pude para poder ser o que poderia me despedaçar 

Eu estou pronto porque eu sou um projeto, orgânico entre artifícios-luzes e concreto. 


                                                                                                                                     Fábio Pinheiro      



segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

É sobre isso

Agora eu volto a não me apaixonar. 


Eu estou viciado em me torturar.


Escuto as suas listas escondido.


Beijo quem um dia a sua boca beijou.


Amo amar quem dia me amou.