quinta-feira, 23 de abril de 2015

Naufrago.


Eu aprendi a não ter medo.
Olhar para os problemas como teorias e teoremas.
Querem que eu guarde um segredo.
Ainda existe um oceano no meu guarda-roupa.

Não tenho forma.
Eu sou alguém? Ah, sim.
Sou todas as vontades.
Guiado por elas, fugitivo.
Talvez eu não seja. Estou consumido.

Então remonto-me.
"Eu sou feliz."
Me desmonto, fatigado.
Rasgando cartas do princípio passado,
Gritando sobre os gritos do que fiz.

Sendo simplório quanto a sentimentos.
Ultrapassado entre conceitos de momentos.
Minha geografia é conquistar, geógrafo insano.
Rasgar todas as cartas para navegar?
Um pianista exilado do seu próprio piano.


Fábio Pinheiro